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O Câncer de Próstata
O Câncer de Próstata, com exceção do câncer de pele, é o câncer mais comum no homem.
No Brasil a cada 7,6 minutos um homem é diagnosticado com Câncer de próstata e a cada 40 minutos um homem morre dele. A incidência dessa doença aumenta com a idade, aos 75 anos, aproximadamente 1 em cada 4 homens será diagnosticado. Por ser uma doença silenciosa em sua fase inicial e ter um potencial de cura maior de 90% quando diagnosticado precocemente, no mês de Novembro foi criada uma campanha nacional o “Novembro Azul” com objetivo de conscientizar e incentivar os homens a prevenção.
Entenda a Doença
Para saber um pouco mais sobre a doença precisamos saber um pouco sobre esse órgão: a Próstata.
A Próstata é um órgão exclusivo do sexo masculino, localizada abaixo da bexiga e anteriormente ao reto, cuja principal função é manter os espermatozoides vivos e aptos para a reprodução. Uma das maneiras que ela realiza essa função é pela produção do PSA, que significada Antígeno Prostático Específico, que nada mais é do que uma enzima responsável pela liquedificação do esperma.
Por ser produzido exclusivamente pela Próstata e presente na corrente sanguínea, o PSA é utilizado na detecção do Câncer de Próstata e quanto maior o seu valor maior a probabilidade de neoplasia(FIG.1).
Entretanto, aproximadamente 20%, dos casos de Câncer de próstata ocorrem sem um aumento nos valores do PSA e apesar da maioria (80%) estar alterado, o seu aumento não é exclusivo dessa doença, podendo estar relacionado a outras patologias prostáticas, dentre eles a infecção prostática, conhecida como prostatite ou o aumento benigno da próstata conhecida como Hiperplasia Prostática Benigna.
A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda o início das consultas urológicas anuais em todo homem a partir dos 50 anos, e a partir de 45 anos naqueles que possuam parentes de primeiro grau acometidos pelo Câncer de Próstata ou sejam de origem negra. A prevenção ocorre com história clínica detalhada, exame físico (“exame de toque”) e PSA. Já o diagnóstico de Câncer de Próstata é feito, exclusivamente, através da Biópsia de Próstata que consiste da coleta de fragmentos da próstata guiados por uma ultrassonografia transretal e posterior análise patológica.
Diagnóstico
Quando um paciente tem um PSA e/ou toque alterado o urologista decidirá se será necessário realizar exames complementares para auxiliar no diagnóstico e diminuir os resultados falso negativos, principalmente, quando já foi realizado uma biópsia de próstata prévia ou o PSA se encontra nos valores da “zona Cinzenta”, entre 2,5ng/ml e 10ng/ml. O PSA livre é o mais utilizado pelos médicos, costuma ser solicitado em conjunto com o PSA total e consiste de uma fração do PSA que se encontra livre na corrente sanguínea, sem estar ligada a nenhuma proteína. Sua Utilização também é associada ao PSA total, se faz um Cálculo da porcentagem do PSA livre (PSA livre/PSA Total), considerado com maior chance de Câncer nos casos menores de 20% e menor chance nos casos cuja relação é maior do que 20%. Outro exame é a Ressonância Multiparamétrica de Próstata, que consiste em um método de imagens de alta resolução, que não envolve radiação ionizante, e combina técnicas funcionais `as sequencias morfológicas ponderadas em T1 e T2, avaliando Perfusão do contraste e difusão de moléculas de água. Esse tipo de exame fornece informações complementares, como estadiamento, invasão tecidual e classificação de PIRADS, que semelhante a classificação para Câncer de mama na mulher, nos da probabilidade de acometimento neoplásico. (FIG2)
Um exame que vem ganhando espaço no cenário atual é o P2PSA, que consiste de um subtipo de PSA livre, encontrado na corrente sanguínea que por ser mais especifico e estar aumentado na presença de câncer de próstata, clinicamente significativo, esta sendo usado para auxiliar na decisão de realizar ou não a biópsia.
Tratamentos
O tratamento do Câncer de Próstata depende de inúmeras informações e fatores, considerando os principais e mais conhecidos a Radioterapia, que consiste na irradiação da próstata com intuito de matar as células cancerígenas e que avançou muito nos últimos anos com diminuição da exposição a radiação dos orgãos adjacentes. E a Cirurgia: Prostatectomia Radical que consiste na extirpação total da próstata com as vesículas seminais que, com intuito de diminuir os efeitos colaterais, também progrediu. Uma das opções cirurgicas é laparoscópica auxílio de um robô, considerado um procedimento minimamente invasivo, possibilita diversas vantagens como melhor visualização com imagem em alta definição com aumento de 10x e visualização em 3D, reprodução de movimento com filtração de tremor, retorno mais rápido às atividades normais, redução no tempo de hospitalização, menor sangramento e menos transfusão redução da dor.
Dr. Rafael Sakata
Urologista Especialista em Câncer de Próstata